2 de dezembro de 2008

Ô calor!

Centro da cidade, 13:30 da tarde, não tinha almoçado, o sol parecia queimar um pouquinho mais a cada pequeno e rápido segundo.

Tenso.
Um lenço!
Eu penso.

Se esbarrar com alguém é ter a bola do ombro rebaixada...
Um pouco.


- Meu filho, eu num disse pra você não bater no menino!
- Ora mãe... ele num me ouviu! Eu num disse pra ele deixar de ficar frescando
Com a minha cara?
- Quebrar o nariz do menino, Kleyton?



é difícil companheiro...
é difícil!



No meio ou só a margem daquele filho do caos,
Vejo uma alma que talvez saísse do corpo para melhor passar.
Sentada, sem poder enxergar, vestida de preto
(lembrei do que falei sobre o sol nesse momento)
Sem muita esperança, encosta sua cabeça na porta que parecia
tão fria por não ta aberta...
Ela estende a mão para um possível céu e com a outra segura a testa,
que talvez dê uma força maior para a prece estendida, que parecia tão desacreditada.

Uma alma que talvez saísse de casa para salvar outras almas
é uma luz que do sonho provavelmente é o amor...
Segurou firme aquela mão estendida tão vazia e ao mesmo
badalar do segundo cheia de espera, apertou-lhe como se ali
estivesse transmitindo o amor que circulava em suas veias para
aquela mão com preces que pedia:

se apressem!


E com três suaves carinhos,
Pode-se do gesto ouvir: Fique bem! Existe amor ainda. Vim te lembrar isso.



Sussurrou ao final: LUZ!







Meu ônibus chegou.




Apenas um conceito


Vivemos segundo o nosso ponto de vista, com ele sobrevivemos ou naufragamos.
Explodimos ou congelamos conforme nossa abertura ou exclusão em relação a essa dimensão que damos forma e ordem, chamado mundo.

Sou uma garota do meu tempo, e dele quero dar testemunho do jeito que posso: soltando minhas fantasias ou escrevendo sobre dor ou perplexidade, contradição e grandeza; sobre sonhos e vida. Lamentando muitas vezes a palavra na situação errada e o silêncio na hora em que teria sido melhor falar. Muitas vezes peco por falar e pensar continuamente sobre sermos responsáveis e inocentes em relação ao que nos acontece.


Talvez, se tudo der certo..

esse monólogo inicial poderá se tornar um diálogo.
E tudo não passa de um conceito visto por grandes
olhos
de uma menina do meu tempo.